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terça-feira, 15 de setembro de 2009

Biografia III



Faz parte do MEU LIVRO “PARADA BRIGATÓRIA”

Cleusa de Souza Klein


Como é difícil e complexo escrever quando o coração fala mais alto e quer estar no comando, quando as emoções estão à flor da pele, quando as lágrimas caem ao simples som de uma melodia.
Meu pensamento busca uma questão, mas os dedos travam sobre o teclado como se estivessem engessados. Como planejar um rumo se os desejos me desviam do caminho. Tudo foge à lógica de tudo o que pensei.

Com alívio, percebo como é bom deixar claro, que eu não queria escrever sobre meus conflitos. Pelo menos, não neste momento. Onde as mudanças ainda não alcançaram seus objetivos, e eu, nem sei se irão chegar lá. Eu já mencionei que eu gosto de escrever para pessoas, ou melhor, para aquelas que se colocam sob as enfermidades da alma, sob a ameaça de um risco fatal de seu eu.

Eu penso que foi bom, também, eu ter registrado, que dentre outras coisas eu sou mulher que não aceita falsos alicerces, esposa não tradicional, mas com deveres... Sou mãe, que ainda está na escola da maternidade mesmo completando meio século de vida. Terapeuta Cristã... Fico a me perguntar o porquê de muitas vezes perder as rédeas de meu próprio mundo. Nestas horas são estas outras coisas que eu sou que encaminham as minhas palavras. Não preciso de método. Não preciso de técnica. Não preciso ter o domínio de nenhuma escola científica, porque a escola que me guia é a da vida.

Hoje, eu quero escrever sobre pessoas especiais. São tantas as pessoas que chegam a nossa vida, ficam por um tempo e passam de um jeito que a gente nem se dá conta de que elas foram embora. Não deixam nada, não acrescentam nada e nem tiram. É tudo tão insípido que fica até difícil definir a relação, o suficiente para sequer ser notado. São como nuvens que o vento leva.

Outras não deixam a menor dúvida que está presente pelo barulho que fazem, pela desordem que criam transformando nosso mundo em um caos. Quando partem, a gente pode até levar um tempo para entender o que aconteceu e para descobrir o saldo, se positivo ou negativo. No decorrer desta presença fica impossível porque é como tentar raciocinar em meio a tanta confusão.

Com o tempo e pelas experiências que se seguem, a gente aprende que tanto barulho se deve ao fato do invólucro ser vazio como um balão que perde o ar.
Quanto “fogo de palha”. Chegam, acendem e iluminam a idéia, mas não há potência suficiente para que a chama permaneça acesa. Não tem como assegurar qualquer realização mais consistente. Embora essas pessoas sejam mestras em construir alicerces para o amanhã. Na mente ou num pedaço de papel.
Ficando com a constante sensação de que as coisas estão a um palmo de chegar a algum lugar, mas ficam sempre só a um palmo.

Por outro lado, e deixando para trás diversos outros tipos, chegam àquelas que entram em nossas vidas e, quando percebemos suas marcas já foram impressas no silêncio. São raros, chegam sem pretensão alguma e, faz brotar na gente a sensação de que há muito tempo já nos conhecíamos.
Essas... Ficam para sempre!
Essas pessoas que se tornam especiais, que marcam em alto relevo nossa vida.


Quem de nós não conheceu alguém assim? Neste momento, eu formo, rapidamente, um painel mental de tantos rostos inesquecíveis, sem tencionar fazê-lo. A lembrança simplesmente atravessou os arquivos da alma.

Muitas dessas pessoas assim ficaram bastante tempo. Outras se foram em pouco tempo, mudaram as estações da vida e elas permaneceram incrustadas em minha memória.
Permaneceram em detalhes, às vezes em fatos hilariantes, em um sorriso, em gestos marcantes, ficam lá definitivas como um testemunho inesquecível... Elas são as verdadeiras testemunhas da vida, de fé pela vida, de fé por um mistério que os olhos não alcançam, mas o coração deseja e a alma clama. Uma Fé cortante porque essas pessoas têm uma força maior que está no comando. Uma força chamada Deus.

Uma pessoa deste tipo, em particular, me inspirou. Entrou em minha vida pelas frestas da desconfiança e de uma defesa muito bem estabelecida. É que ela não tinha, a princípio, a intenção de se expor e muito menos eu de me deixar vasculhar. Ficou distante, quieto, só olhando, dirigindo-me um ar ora de descrédito, ora de desafio, por detrás das lentes de seus óculos. Era como se eu não tivesse como entender o que ele passava. Não era desafio, era do tipo, o que eu sei me basta.
O tempo foi passando, os espaços de nossa comunicação ainda estão se ampliando, mesmo quando eu percebo um sorriso, uma brincadeira, Às vezes eu penso que a batalha está ganha. Que não há mais nenhum véu ou muralhas a nos separar. Que na há mais descrédito, nem desafio. Ele sabe que eu sou capaz de entender o que ele passa e que podemos, sim, fortalecer nossas convicções.
Podemos escrever a história de nossa convivência, moldando esperanças antigas e lapidando novas esperanças.

Vemo-nos praticamente todos os momentos, mas nosso contato pela Internet é mais tranqüilo, às vezes por mensagens conseguimos alcançar o outro muito mais do que com palavras, às vezes por palavras que demonstram a frustração do sentimento de impotência por não alcançar o entendimento Na maioria das vezes, sou eu.
Quantas vezes chegam verdadeiros relatórios, minimamente detalhados e, a cada um deles, eu admirava a minha disposição guerreira fincando estacas em terrenos nos quais, tranqüilamente, outros teriam desistido.
Penso que ser guerreira é fundamental e imprescindível, outros guerreiros nos fortalecem pelo modelo de gente que eles são.

Gosto de trocar idéias sobre questões de religiosidade. Conheço minha visão, o que me permite saber de que material são feitas as bases da minha persistência. Vislumbro a luz que me ilumina. Posso tocar o tecido da humanidade das pessoas.

Neste momento penso, sobre como é bom ter o privilégio de conhecer pessoas que não se entregam no vazio. Que não se esquecem... Que conseguem contar uma piada enquanto tudo desmorona a sua volta. Pessoas que são convictas de que a vida não se dá à toa. Hoje me permito imaginar de onde parti, por onde caminhei e onde ainda irei chegar. O melhor de tudo mesmo é saber como quero chegar seja onde for e, que posso usar o meu arbítrio em prol da minha evolução e da evolução do melhor que as pessoas têm.
Basta acreditar!
Quero dizer a tantas pessoas especiais, que serviram de fonte inspirativa, que eu também acredito!

Volto em Breve!